Desta água, vem o lavado banhado corpo, em que o rio,
desde a alvorada, com a sede castanha da fera,
e as astúcias do mal de afogamento, cruzando
a ponte que caiu, verte o verde na verve
desta mata ciliar e ribeirinha, e que faz
deste poema a correnteza impassível
que leva e vai.
Foi, num grito antigo, diante da torre esburacada
de tiro, na casa do líder do tumulto, diante da espada
cruel que vigiava os fogos, que o poeta declamou
sua última jornada, no meio da surra dos leões,
com os haustos sacrificiais da floresta queimada,
com as correntes nos dentes, a faca nos guizos,
os vícios no peito, e a seara doida dos dias.
Tudo era toada naqueles dias do solstício
de verão, com a visão da erva, e o pulso
vibrando naqueles arroubos de paixão
que era a festa sem fim da praia,
esperando a queda da noite ao versar
sobre a nudez do mar na alvíssara de sal.
04/09/2025 Monster - Gustavo Bastos
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