O nervo estava seco, o cérebro reduzido, toda a carga
que salta para fora da vista, num ponto cosmológico
em devaneio, o desatino desta letra suja, que
emana seus eflúvios e miasmas como seus
vícios em torpeza e torpor.
Assim é o verso apedeuta dos dias de fúria.
E toda a astúcia serve ao poema como
seu esqueleto, sua vértebra, seu câncer.
Eis toda esta arte de vinho e sangue
que desce feito rio nas linhas traçadas
desta vista de névoa, deste moinho
de vento delirante, este parque
alucinatório, a vesânia de que
a poesia e o poeta um dia
já viram, na impressão
estourada da paixão.
05/08/2025 Monster (Gustavo Bastos)
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