Age tua faca, teu dardo, e o poema diante
da virada do vento, na mirada do mar.
As mirações destes delírios e sonhos,
as visões cantadas em fonética sinestésica.
Olhos que veem todas as estradas,
e que ri e que chora, e o corpo que dança
e que grita, que na dor expande força,
e no prazer se esvai e estremece.
Longa tarde avulsa, de roteiro estourado,
depois do estorvo dos seres apegados,
do murmúrio em cada canto de ira,
da preguiça indigente dos que apenas
leem poesia sem entender, e toda a febre
que o vate verteu de estro ao campo
da morte, e com a cabeça banhada
nos rios de ferrugem e ouro esparso.
Vem este poeta bebedor,
este que esteve no lago,
o sol olhado em reflexo,
e o peixe estirado e filetado,
a escama marítima de tua
guerra de armada, teu poema
silente na contemplação,
e este verso dorsal,
em dossel e flor.
Gustavo Bastos (Sublime)
09/06/2025
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