No caminho de Swann, eu tive a minha Macondo.
Vasto o campo, no passeio das uvas, em que
corria o vinho infante, da poesia ainda crisálida,
mormente, na lúdica brincadeira de rua.
E que, de súbito, a vida se expandia,
nos rios e nos mares, na terra fértil,
na imaginação atenta, e os dias da
manhã e da tarde, e os sinos da noite.
Tempo este reino da vida, com os ares
das vindimas, das colheitas de uma
boa infância, com a abertura de um
horizonte pleno, como se faz arte
em dia de guerra, e arte em dia
de paz, como se faz abundância
como deve ser a vida.
Não nascido acabado, qual o mito
de Palas Athena, já com a cornucópia
diante da visão, o romance de formação
teve este tempo de maturar os frutos,
viver as flores, haurir das raízes
e suas fontes, como uma Macondo,
mágica, evocada na memória
de Swann, olhando para o chá
de tília, de sua sensação fugaz,
evanescente, um dia vivida.
18/05/2025 Gustavo Bastos - Sublime
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