PEDRA FILOSOFAL

"Em vez de pensar que cada dia que passa é menos um dia na sua vida, pense que foi mais um dia vivido." (Gustavo Bastos)

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

PERSPECTIVAS PARA O BRASIL E O FIM DO GOVERNO LULA

   Estamos vivendo um momento de transição presidencial, mesmo que seja o mesmo partido que permanecerá no poder, oito anos de governo Lula dará lugar a pelo menos mais quatro anos de governo para o PT com Dilma Rousseff.
   Lula acaba de declarar que Dilma será a candidata do PT em 2014, acho que é justo e sensato, ainda mais se Dilma tiver a mesma sorte que Lula de pegar uma economia  crescente, à exceção da crise mundial de 2008, que resultou numa grande recessão nos EUA e na chamada “marolinha” em 2009 aqui no Brasil, vaticinada por Lula na sua usual atitude de fanfarrão do poder, o que ficou claro com seu jeito despachado e subversor de linguagem numa postura um pouco inadequada para o cargo que ocupa. Mas, acho que agora Lula está sendo correto em deixar claro, se é que diz a verdade, de que não voltará em 2014. Sim, se Dilma se sair bem na empreitada desses próximos quatro anos do seu mandato, nada mais justo que seja ela a candidata do PT à reeleição em 2014.
   Mas, voltando-nos ao legado de Lula no poder, nunca na História desse país um homem se sentiu tão à vontade na ribalta do poder, isso foi uma grande vitrine para o ego avantajado de Lula, nada contra isso, todos nós temos algo de vaidade, mas para Lula foi um show e então ele tem agora o seu lugar na História, o primeiro operário a virar presidente, um “self-made man” no sentido político da expressão. Lula se fez na política como um líder sindical bolchevique que, depois de três reveses, finalmente ocupou seu lugar de destaque máximo no cenário político brasileiro e um tanto no mundial por oito anos e dois mandatos.
   O nosso presidente vive agora a melancolia de ter que deixar a ribalta da presidência da República, mas o seu sucesso está garantido, nada o atingiu nesses oito anos de vários acontecimentos bons e ruins, para ele e o Brasil. O mensalão, por exemplo, pegou grandes medalhões do governo Lula, mas o presidente saiu incólume, sua blindagem política foi muito bem orquestrada, José Dirceu e Antônio Palocci saíram queimados, e Lula sai do poder agora triunfante com mais de 80% de aprovação popular e com a sua nova invenção política chamada Dilma Rousseff eleita como a sua sucessora no governo petista.
   O que acontece agora é que Lula, um retórico carismático, dará lugar a Dilma, que não tem muito traquejo ao se comunicar, mas que, por outro lado, tem competência técnica para tocar o barco. Lula já cumpriu o seu papel, talvez por isso ele já esteja dizendo que em 2014 não voltará. E Dilma, por sua vez, vai ter o desafio de cumprir obrigações tais como o investimento em infraestrutura, já que com crescimento do PIB anual na média de 4 a 5 %, teremos de eliminar os gargalos que isso acarreta, tais como no transporte rodoviário e ferroviário para baratear as exportações brasileiras, além de abrir o capital da Infraero para resolver o problema aeroviário.
   Por fim, Dilma terá de impulsionar e viabilizar as reformas política, tributária e trabalhista, e Dilma terá para isso uma base aliada no legislativo maior do que Lula jamais teve, sem falar numa oposição enfraquecida, haja visto as crises no DEM e no PSDB. Portanto, vamos torcer para que Dilma seja mais que Lula e não a sua sombra apenas, é o que veremos.

Gustavo Bastos, filósofo e escritor, 28 de Dezembro de 2010.
                                                     

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